Leva o meu amor, não é genuíno, Assim, não deixes que tente nenhum novo corpo; Leva a minha senhora, suspirará Pela minha cama, onde me deito; Leva-os, disse o esqueleto, Mas deixa os meus ossos em paz. Leva a minha roupa, agora esfriou, Para dar a algum pobre poeta velho; Leva a pele que cobre esta verdade Se a idade minha juventude trajasse; Leva-os, disse o esqueleto, Mas deixa os meus ossos em paz. Leva os pensamentos que amam o vento Que sopram o meu corpo fora da mente; Leva este coração para que vá com isso E que o transmita de rato em rato; Leva-os, disse o esqueleto, Mas deixa os meus ossos em paz. Leva a arte que lamento No tom louco de um poema; Tritura-me, embora possa gemer, Até o mais duro pedaço de pedra e pau; Leva-os, disse o esqueleto, Mas deixa os meus ossos em paz. Empty Mirror: Gates of Wrath (1947-1952) Collected Poems 1947-1997 © 2006 Allen Ginsberg Trust (HarperCollins Publishers e-books) Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa